
Nos tempos difícies, um amigo, um telefonema, uma vista, uma calçada, uma casa recordada, um talinho de grama no jardim, assumem proporções nunca imaginadas: são um tesouro que não notávamos antes, quando tudo parecia garantido e fácil.
Isso pode deixar um gosto amargo; mas pode também inaugurar um sabor mais doce na mordida do dia presente, nesse naco de sorte que nos resta, nesse olhar com que contemplamos coisas, pessoas, e a nós mesmos.
"Sofrer torna a gente melhor"... ou pior, naturalmente. Depende de como nós vamos emergir dessa dura experiência. Alguns reagem com negro pessimismo, entregam-se; outros, depois do primeiro baque, encontram suas forças, ouvem a voz da vida que ainda convoca para coisas boas, para dias especiais, para trabalhos, projetos, amores e possibilidades nem pensadas.
E talvez essa seja a real medida do valor do que perdemos: mesmo não sendo mais nosso, ele ainda nos faz querer viver. Reencontrar a alegria será a melhor homenagem que podemos prestar ao que nos iluminou em épocas passadas.
Lya Luft, in: Secreta Mirada. Ed. Mandarim
As vezes se demora uma vida inteira para percebermos certas coisas...
ResponderExcluir...Que depois de vistas percebemos o quanto são simples...e necessárias...!
Abraço
As vezes se demora uma vida inteira para percebermos certas coisas...
ResponderExcluir...Que depois de vistas percebemos o quanto são simples...e necessárias...!
Abraço
A solidão tem me consumido mto nessa nova cidade.
ResponderExcluirLer esse seu post foi um balsamo.
Lya Luft, fantástica. ''mesmo não sendo mais nosso, ele ainda nos faz querer viver. Reencontrar a alegria será a melhor homenagem que podemos prestar ao que nos iluminou em épocas passadas.''
ResponderExcluirNada mais do que a superação do luto de algo perdido...
"Sofrer torna a gente melhor"... ou pior, naturalmente.
ResponderExcluirGrande Lya.