segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Permanência

Agora me lembra um, antes me lembrava outro.

Dia virá em que nenhum será lembrado.

Então no mesmo esquecimento se fundirão.
Mais uma vez a carne unida, e as bodas
cumprindo-se em si mesmas, como ontem e sempre.

Pois eterno é o amor que une e separa, e eterno o fim
(já começara, antes de ser), e somos eternos,
fragéis, nebulosos, tartamudos, frustados: eternos.
E o esquecimento ainda é memória, e lagoas de sono
selam em seu negrume o que amamos e fomos um dia,
ou nunca fomos, é contudo arde em nós
à maneira de chama que dorme nos paus de lenha jogados no galpão.

Carlos Drummond de Andrade, in: Claro Enigma. Ed. Record

6 comentários:

  1. Meus querid@s,
    obrigada pelas visitas e pelo carinho com o Reino.

    Desculpem por não responder todos os comentários... a vida anda corrida por aqui, e nem sempre sobra tempo para tudo.

    Beijos,

    :)

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  2. Recomeçar todos os dias e se apaixonar de novo pela mesma pessoa pode ser interessante. Um abraço, Yayá.

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  3. A condição do tempo é passar... e com ele algumas lembranças também

    Amoh Drummond.
    Abraços.

    http://devaneiosfugazes.blogspot.com/

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  4. dor agonia e verdade
    e expressão e tradução

    Drummond Rasgante

    adorei essa imagem

    poderia roubá-la para mim [gosto da imagem de roupas no varal dançando] ^^

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  5. corrido mesmo que nem lembra mais do velhos e bons..

    ja li umas 5 vezes!

    Vamos a praia ainda?

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