Van Gogh
Os pés dos sapatos juntos.
Hei-de calçá-los, soltos
e imensos, e talvez rotos,
como dois velhos marujos.
Nunca terão o desgosto
que tive. Jamais o sujo
desconsolo: estando postos,
como eu, em chãos defuntos.
Em vãos de flor, sem o riacho
de um pé a outro, entre guizos.
Não há demência ou fome.
Sapatos nos pés não comem.
Só dormem. Porém, descalço
pela alma, o paraíso.
Carlos Nejar
Hei-de calçá-los, soltos
e imensos, e talvez rotos,
como dois velhos marujos.
Nunca terão o desgosto
que tive. Jamais o sujo
desconsolo: estando postos,
como eu, em chãos defuntos.
Em vãos de flor, sem o riacho
de um pé a outro, entre guizos.
Não há demência ou fome.
Sapatos nos pés não comem.
Só dormem. Porém, descalço
pela alma, o paraíso.
Carlos Nejar
que legal esse poema!
ResponderExcluirnão conhecia o autor...
Adoro as obras do Van Gogh.
ResponderExcluirLindo poema.
Tenha um bom dia
Eu seu Lar
♪♫