Clarice, sua carta chegou como uma ventania: eu estava organizando uns formulários, pilhas de papéis em cima da mesa quando o contínuo se aproximou segurando uma carta para mim. Largou-a na minha frente, os papéis voaram. Olhei o remetente: Seminartrasse! Fiquei idiota. [...] Mas essas coisas costumam acontecer. [...] Atravessei um período duro, Clarice. Também precisei de uma palavra amiga. [...] Como você vê, não posso te mandar nenhuma palavra animadora. [...] Gostei muito da sua carta, me deu muita alegria.
Fernando, deixei de responder logo à sua carta porque exatamente estava em período agudo de precisar receber e não de escrever. Ainda estou assim, mas hoje é domingo de manhã, está chovendo e tudo está escuro; [...] Na sua carta tão boa para mim, você diz que não pode dar nenhuma palavra animadora, e, no entanto, vieram muitas, veio uma carta inteira delas. Uma carta que me sacudiu um pouco.
Clarice Lispector e Fernando Sabino, in: Cartas Perto do Coração. Ed. Record
E as vezes isto é tudo o que preciso... palavras, palavras animadoras.
ResponderExcluirEncantador.
um beeijo, querida!
Que lindo, dei de cara com esse livro, mas não cheguei a lê-lo... bonita escolha, Jeni.
ResponderExcluirSeu blog fica ainda mais lindo com essas doçuras...
ResponderExcluiruau........
ResponderExcluirreceber umas palavrinhas quais sejam, de amigos estimados, sempre é um alento... porque as palavras podem ser uma ponte, um sol, um sorriso... Bjs darling.
ResponderExcluirQue lindeza!
ResponderExcluirQue saudades das cartas... papel, envelopes, selos, segredos, mistérios... a modernidade não tem o mesmo charme!
ResponderExcluirBjs!
Cartas salvam.
ResponderExcluirLeio neste exato momento este livro.
ResponderExcluirÉ, Fernando, de dureza a gente entende :)
Vc está lendo?
ResponderExcluirLindo o blog...to seguindo...beijossss
ResponderExcluirLindo , como Clarice é perceptiva e esperançosa!
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