quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Depois das palavras de ontem, o silêncio de hoje;

penso no que me sucede. Não, nada se encerra, tudo se transforma, a essência é inalterável, permanece muda no fundo das coisas. Não sei se é melhor assim, mas a tantos golpes repetidos, sinto que me esvaio, que me torno outro, como uma figura nova que aos poucos vai saindo de um mármore lacerado pelo escultor.

Nunca me senti tão perdido, tão vazio, tão inutilizado. Adeus, planos heroicos de reforma. Eu apenas me adapto, covardemente, aos meus males. Mas até quando?

Lúcio Cardoso, in: Diário Completo. Ed. José Olympio

4 comentários:

  1. esse texto me fez lembrar imediatamente da adélia prado...

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  2. Justamente como estou me sentindo, igualzinha as palavras que estava pensando hoje. Planos heroicos adeus... quanto mais conheço gente, mais me sinto só, vai se saber.

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  3. Oxe, e eu não volto sempre? Nossas letras, um encontrar de toda hora.

    Você, sempre exata nas suas escolhas. Sou louca por esse seu canto, dona.

    Um beijo daqui.

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  4. Que doído isso aí em cima...

    Ah e pensei o mesmo: em escrever-te. Tu és uma flor, mesmo!

    Estarei sempre por perto, quando sentir minha falta, estarei do teu lado :p


    *

    *


    Ora pois... o que vejo, tem gente se deliciando com os cronópios do Cortázar :)

    Beijo de bom-fim-de-semana. Cuida de tu aí, (flor)ida! :}

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