Sim, é tempo. Se tenho de existir, é pelo esforço da minha atenção. Lúcido e calmo, devo olhar o que se desprende de mim como fragmentos abandonados de uma figura que se esculpe. Agora vejo os meus contornos. Os meus vazios, é o que reconquistei até agora. De ausências é que me formo. Revejo-me no espelho imenso da minha desolação - mas é assim de pedra que me quero.
Lúcio Cardoso, in: Diário Completo. Ed. José Olympio
Poesia em prosa. O que é este final? Lindo...
ResponderExcluirEssas são as particularidades de um espelho, ele mostra o que quer. Um abraço, Yayá.
ResponderExcluir- mas é assim de pedra que me quero.
ResponderExcluirCacete! Que intenso!! E triste!
Das ausências que te formas?
ResponderExcluirSó tu, Lúcio :)
Bonito porém, dolorido.
ResponderExcluirQue coisa mais linda...
ResponderExcluirEstou encantada com seu blog, que achado mais feliz!
Parabéns pelo trabalho e pela sensibilidade. Lindo mesmo...
Ana
www.vintagetaste.com.br
verdades bem doídas..
ResponderExcluirBjs!