terça-feira, 14 de junho de 2011

"A sua visão me faz bem! Quando ela abre os olhos, meu corpo rejuvenesce, quando ela fala, eu me sinto forte; Abraçá-la expulsa meus males..."

Katia Chausheva
(150.) Ana, sua ausência agora e minhas palavras em torno dela. Não se trata de um consolo, Ana, a ausência é coisa sólida demais. Minhas palavras em torno de sua ausência são um modo de incorporar a definitiva presença do outro, da outra, da mulher que não há, porque nunca houve e nunca haverá, a mulher que faça cessar minha procura. Penso mesmo, Ana, que minhas palavras instauram sua ausência, a indestrutibilidade de sua ausência, e também a sua presença.

É assim, Ana, que a minha melancolia se faz carta, e o seu corpo pontua o que falo.

Wesley Peres, in: Casa entre Vértebras. Ed. Record

6 comentários:

  1. Belíssimo texto,

    Não conhecia a autoria: encantei!

    ResponderExcluir
  2. Ana, são tantas Anas que o segundo nome é necessário. Ana só é pouco, Ana é sempre qual Ana, Ana de quê e todas as Anas são santas, de fibra na dor da mãe de Maria, avó de Jesus. Demais! Um abraço, Yayá.

    ResponderExcluir
  3. Que bonito lamento e declarar a quatro ventos quão densa é a falta que Ana faz.

    E que bonita figura de mãos à máquina de datilografia.

    ResponderExcluir
  4. Mais um livro para a minha lista. Gostei.

    bacio

    ResponderExcluir
  5. ana minha enfermidade. era ana minha loucura, o ar que respiro, era meu arrepio, meu sopro...

    ResponderExcluir