(150.) Ana, sua ausência agora e minhas palavras em torno dela. Não se trata de um consolo, Ana, a ausência é coisa sólida demais. Minhas palavras em torno de sua ausência são um modo de incorporar a definitiva presença do outro, da outra, da mulher que não há, porque nunca houve e nunca haverá, a mulher que faça cessar minha procura. Penso mesmo, Ana, que minhas palavras instauram sua ausência, a indestrutibilidade de sua ausência, e também a sua presença.
É assim, Ana, que a minha melancolia se faz carta, e o seu corpo pontua o que falo.
É assim, Ana, que a minha melancolia se faz carta, e o seu corpo pontua o que falo.
Wesley Peres, in: Casa entre Vértebras. Ed. Record
Belíssimo texto,
ResponderExcluirNão conhecia a autoria: encantei!
Ana, são tantas Anas que o segundo nome é necessário. Ana só é pouco, Ana é sempre qual Ana, Ana de quê e todas as Anas são santas, de fibra na dor da mãe de Maria, avó de Jesus. Demais! Um abraço, Yayá.
ResponderExcluirQue bonito lamento e declarar a quatro ventos quão densa é a falta que Ana faz.
ResponderExcluirE que bonita figura de mãos à máquina de datilografia.
Mais um livro para a minha lista. Gostei.
ResponderExcluirbacio
ana minha enfermidade. era ana minha loucura, o ar que respiro, era meu arrepio, meu sopro...
ResponderExcluir"Ana"
ResponderExcluir