Olho ou boca? O que é o amor? Não é um saxofone. Não é uma espiga de milho, o amor. Não é azul nem ocre. Pâncreas ou fígado? O amor o que é?
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O amor o que é? Nariz ou umbigo? O que é o amor? Não é um estetoscópio? Não é um pé de alface, o amor. Não é lilás nem amarelo. Rim ou esôfago? O amor o que é? O que é esse fantasma?
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O amor o que é? Tornozelo ou orelha? O que é o amor? Não é um dicionário. Não é uma alcachofra, o amor. Não é verde nem furta-cor. Traqueia ou coração? O amor o que é? O que é esse vampiro?
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O amor o que é? Cotovelo ou unha? O que é o amor? Não é um ralador de queijo. Não é uma beterraba, o amor. Não é verde nem furta-cor. Estômago ou pulmão? O amor o que é?
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O amor o que é? Ombro ou nádega? O que é o amor? Não é uma geladeira. Não é um prato de lentilhas, o amor. Não é cinza nem vermelho. Sistema nervoso ou língua? O amor o que é? O que é esse dinossauro?
Nelson de Oliveira, do conto: Sonos Leves, in: Capitu Mandou Flores. Ed. Geração Editorial
Não sei de palavras que defina o que é o amor, mas acho que quanto mais se fala dele mais e mais ele se agiganta.
ResponderExcluirPs. Estou feliz da vida hoje, descobri Cecília Braga através do seu blog ao adicioná-la lá no meu reader: estava lendo posts antigos e pronto: me apaixonei pela escrita dela. Grazie
É difícil definir o amor, mas o autor Nelson de Oliveira nos diz o que o amor não é. Já é um caminho. Um abraço, Yayá.
ResponderExcluirPs.Tem uma oração comemorativa no meu blog para todos os seguidores e visitantes.
Que foto linda a do perfil :)
ResponderExcluirAh dona Moça, a senhora leu o conto que mandei
ResponderExcluirque adorável!
espero ter gostado
te emprestarei depois o livro (: