terça-feira, 14 de junho de 2011

bela bela
mais que bela
mas como era o nome dela?
Não era Helena nem Vera
nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria
Seu nome era nome era...
Perdeu-se na carne fria
perdeu-se na confusão de tanta noite e tanto dia
perdeu-se na profusão das coisas acontecidas
constelações de alfabeto
noites escritas a giz
pastilhas de aniversário
domingos de futebol
enterros corsos comícios
roleta bilhar baralho.
[...]

Ferreira Gullar, in: Fragmento de Poema Sujo / Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século. Org. Italo Moriconi. Ed. Objetiva

2 comentários:

  1. ai
    pois eu comecei ler estes versos
    e tão presa pela rima deliciosa deixei para ver só no final que são do queridíssimo Gullar.

    Adoro!
    Que graça!

    ResponderExcluir
  2. Lindo...
    lembro da música, não sabia que era parte do 'Poema Sujo'.
    Saudades de teu reino.
    Bjs tiritantes em dia de eclipse
    desde o sul do mundo

    ResponderExcluir