O amor era como a marca pálida deixada por um quadro removido após anos de vida sobre uma mesma parede. O amor produzira um vago intervalo em seu espírito, na transparência dos seus olhos, na pintura envelhecida da sua existência. Um dia, o amor gritara dentro dele, inflamara suas vísceras. Não mais. Mesmo a memória era incerta, fragmentada, pedaços do esqueleto de um monstro pré-histórico enterrados e conservados pelo acaso, impossível recompor um todo íntegro. Trinta anos depois. Duzentos milhões de anos depois [...].
Adriana Lisboa, in: Sinfonia em Branco. Ed. Rocco
Adriana Lisboa, in: Sinfonia em Branco. Ed. Rocco
Te mando BEIJOS, E UM ABRAÇO!
ResponderExcluirLiiindo!
ResponderExcluirAdorei!
beijos meus
Saudade.... seria esse um nome bonito pra essa marca que o amor deixa.
ResponderExcluirDuzentos milhões de anos depois.
ResponderExcluirEste é um dos livros mais profundos que já li nos meus 30 anos.
E o amor, Tomás? Onde estará?
Esta pergunta é sinal de que perdeu-se...
"O amor porduzira um vago intervalo em seu espírito..." Nossa , lindo isso ! Por isso te sigo sempre ! Grande Beijo.
ResponderExcluirwww.vidainversoepoesia.blogspot.com