Haverá um instante, uma linha divisória, uma revelação, um despertador interno que toca, e pronto, acordamos e dizemos, ainda sonolentos, acordamos e dizemos, pronto, acabou. Levantamos, nos vestimos, pegamos a bolsa ou a mala, e saímos. Lá fora, a luz da manhã de um dia qualquer, as pessoas nos ônibus indo trabalhar, as crianças de uniforme, o café com leite das padarias, tudo tão cotidiano, tão normal. Como é possível tudo tão cotidiano, enquanto lá dentro, num apartamento, num quarto, numa cama, lá dentro o amor que acaba de acabar. Ou vai o amor acabando desde o início, desde o primeiro beijo, o primeiro olhar, a intuição de que algo se desgasta, se desfaz. E, por mais beijos e olhares e todas as palavras felizes e tolas que possamos inventar, sempre algo à espreita que nos inquieta. Algo que, no exato instante em que começa, dá início também ao inevitável processo de extinção.
Carola Saavedra, in: Flores Azuis. Ed. Companhia das Letras
Carola Saavedra, in: Flores Azuis. Ed. Companhia das Letras
O amor acaba quando a pele não responde mais aos toques...
ResponderExcluirBeijos meus
Muito profundo esse texto, vou ficar pensando nele por muitos dias.
ResponderExcluirO amor acaba quando não há mais admiração, sempre pensei isso.
Bom final de semana!
http://www.sabordaletra.blogspot.com/
Irremediável.
ResponderExcluirPerfeita descrição! bjs
ResponderExcluirJenifer,
ResponderExcluirSim, é de se refletir esse texto...penso que o amor caminha para dois destinos...ou vai se acabando ao começar....ou aumenta e torna-se cada dia mais forte...cabe aí, a dose do amor de cada um...adorei....parabéns pela postagem!
Grande beijo!!!
Reggina Moon
**Lindo demais seu Blog!!!**
moça, que delícia trágica essas coisas que essa mulher escreve na Flores Azuis.
ResponderExcluirTão lindo.
Que gostosura seu blog de layout re-novo.
Beijos querida,
beijos!