quinta-feira, 22 de abril de 2010

Fim de noite

Graça Loureiro
Não, eu disse. Não é de ciúmes que falo. Tampouco de medo. Mas do tempo. Da tua imagem que aos poucos vai em mim se esgarçando à luz inconstante das estrelas. E do vazio crescente que ocupa, paulatina e progressivamente, o seu lugar. O dia amanhecia. O bar fechava. E ele, que mais uma vez, mudo, me olhava fingindo nada entender, disse apenas: bobagem, deixe disso. E me beijou — fundo — até de mim, eu me esquecer.

Márcia Maia

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