sábado, 19 de janeiro de 2013

Continuidade

Francesca Woodman
Não nomear as coisas com seus nomes. As coisas têm bordas dentadas, vegetação luxuriante. Mas quem fala no quarto cheio de olhos. Quem denteia com uma boca de papel. Nomes que vêm, sombras com máscaras. Me cura do vazio - disse eu. (A luz se amava no meu escuro. Percebi que já não havia quando me peguei dizendo: sou eu.) Me cura - disse eu.

Alejandra Pizarnik, in: Extracción de la Piedra de Locura. Tradução de Sérgio Alcides. In: Puentes. Poesía argentina y brasileña contemporánea. Ed. Fondo de Cultura Económica. Antología bilingue. 

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