domingo, 20 de janeiro de 2013

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Zerno Roli
(Deitada de lado, escuto o barulho da lágrima a cair na palma da minha mão.) 

A minha casa é a literatura. E se arrebentarem portas e janelas, me visto de branco para me confundir com a pintura das paredes. 

E se chuva houver e estragar a pintura, também eu ficarei estragada. Mas ainda não deixarei de ser literatura. 

O limite da dor não é o limite do texto, nem está nos limites da casa. 

A minha casa é a literatura. E se arrebentarem portas e janelas, me visto de branco. Para me confundir com a leitura das paredes.

Camila do Valle

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