domingo, 19 de agosto de 2012

Beata Oswiecinska
O múltiplo sentido das permutações
do tempo que o poema permite
assombra. Uma sequência de imagens
simples, e finalmente convencionais,
a rápida sucessão das unidades dinâmicas do verbo,
combina as três perspectivas

que os filósofos dizem do eterno, do instante, e
do perene. A terra mesma se transforma,
a sombra das nuvens ao voar sobre as casas
dá repouso e abrigo à obra das nossas mãos.
Passam os anos como dias, o dia de agora
é inteiro e completo como outrora.

Lendo, já sei, talvez nada aconteça:
vento nas folhas, água, uma estrela que cai.
Comendo a sopa quente diante da tv
a ordem da história e da sociedade não está
prevista no menu. Ainda assim são essas imagens voláteis
a razão do poema, enquanto dura o sol.

António Franco Alexandre, in: Quartas Moradas

Um comentário:

  1. Conhecendo e seguindo seu blog depois de uma boa leitura nos poemas.
    Enquanto dure o Sol devemos repetir nossos afetos
    amor carinho entre todos nós.
    Enquanto existir o Sol é sinal que a vida ainda continua.
    Linda seja sua semana beijos.
    ,Evanir

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