segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

(49.) Depois de não ser mais o tempo, depois de me aninhar no silêncio das imagens...

A Liberdade é Azul
Em verdade, isso é coisa para um futuro, para depois, que agora me falta coragem, que agora ouço o tiquetaquear do relógio com uma calma intransitiva. Depois, percorrerei de outro modo minhas palavras, e posso até ousar ouvir o entre elas, e posso até cultivar os nãos de que sou feito. Por agora, prefiro viver sintaticamente, deixar as vias semânticas em teia. O que mais sou é isso, suvenir de palavras. Suvenir de palavras emitido por uma boca que não há, senão sendo ela também palavra. Reino da onipalavra? Não, estou tentando configurar a mim mesmo a dimensão onde estou engarranchado.

Wesley Peres, in: Casa entre Vértebras. Ed. Record

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