
Terminadas estas providências, os viajantes se reúnem na praça principal da cidade, comunicam-se suas observações e entram no café para beber um aperitivo. Mas antes eles se seguram pelas mãos e dançam em roda. Esta dança recebe o nome de Alegria dos famas.
Quando os cronópios saem em viagem, encontram hotéis cheios, os trens já partiram, chove a cântaros e os táxis não querem levá-los ou lhes cobram preços altíssimos. Os cronópios não desanimam porque acreditam piamente que essas coisas acontecem a todo mundo, e na hora de dormir dizem uns aos outros: “Que bela cidade, que belíssima cidade”. E sonham a noite toda que na cidade há grandes festas e que eles foram convidados. E no dia seguinte levantam contentíssimos, e é assim que os cronópios viajam.
As esperanças, sedentárias, deixam-se viajar pelas coisas e pelos homens e são como as estátuas que é preciso ir ver porque elas não vêm até nós.
Julio Cortázar, in: Histórias de Cronópios e de Famas. Tradução de Gloria Rodríguez. Ed. Civilização Brasileira
A ultima frase é a mais bonita e que fez mais sentido sobre as lembranças.
ResponderExcluirBeijo querida.
"...é preciso ir ver, porque elas não vêm até nós" Realmente, tudo é assim.
ResponderExcluirGostei mesmo do blog, volte no meu quando quiser, e se não for pedir demais, segue? >.<
Abraços!
A última frase é tudo.
ResponderExcluirBeijos!