domingo, 11 de dezembro de 2011

pela noite

[...] A gente tem tantas memórias. Eu fico pensando se o mais difícil no tempo que passa não será exatamente isso. O acúmulo de memórias, a montanha de lembranças que você vai juntando por dentro. De repente o presente, qualquer coisa presente. Uma rua, por exemplo. Há pouco, quando você passou perto de Pinheiros eu olhei e pensei, eu já morei ali com o Beto. E a rua não é mais a mesma, demoliram o edifício. As ruas vão mudando, os edifícios vão sendo destruídos. Mas continuam inteiros dentro de você.

Caio Fernando Abreu, in: Triângulo das Águas. Ed. Agir

3 comentários:

  1. Olá. Lindo esse fragmento. Gostei.
    Ultimamente venho vivendo de memórias e isso não tem me feito nenhum bem.

    Tenha uma boa tarde.

    Eu seu Lar

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  2. viajei,
    nostalgica lembrança de viagens e prédios antigos, muita cor e o cinza da noite...

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