sexta-feira, 11 de novembro de 2011

. . . pingos da chuva.

7.
Uma chuva é íntima
Se o homem a vê de uma parede umedecida de moscas;
Se aparecem besouros nas folhagens;
Se as lagartixas se fixam nos espelhos;
Se as cigarras se perdem de amor pelas árvores;
E o escuro se umedeça em nosso corpo.

Manoel de Barros, in: O Guardador de Águas. Ed. Record

3 comentários:

  1. Já ouvi falar muito desse poema, mas confesso que nunca o li. Entretanto, agora, depois de ler este fragmento fiquei com uma vontade tão grande de ler... acheio-o tão profundo... de uma estesia fascinante!!!!


    Bjs Flor, tenha um ótimo FDS

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