quarta-feira, 26 de outubro de 2011

VII

O sentido normal das palavras não faz bem ao poema.
Há que se dar um gosto incasto aos termos.
Haver com eles um relacionamento voluptuoso.
Talvez corrompê-los até a quimera.
Escurecer as relações entre os termos em vez de aclará-los.
Não existir mais rei nem regências.
Uma certa luxúria com a liberdade convém.

Manoel de Barros, in: O Guardador de Águas. Ed. Record

4 comentários:

  1. Darling
    sempre bom demais rceber tua visita
    fico feliz que gostas de meu poeminha singelo
    e sempre bom ler o que escrevinhas em teu reino
    iluminado
    Bjs sulinos

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  2. Engraçado, li tão pouco de Manoel de Barros. Preciso ler mais suas linhas. Esse poema ficou em mim aqui em meio as ausências que se desenham em minhas laterais...

    bacio, boa noite

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  3. E como!

    Pode-se deflorar palavras até o limite do improvável.

    ;)

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