A poesia é incomunicável.
Fique torto no seu canto.
Não ame.
Ouço dizer que há tiroteio
ao alcance do nosso corpo.
E a revolução? o amor?
Não diga nada.
Tudo é possível, só eu impossível.
O mar transborda de peixes.
Há homens que andam no mar
como se andassem na rua.
Não conte.
Suponha que um anjo de fogo
varesse a face da terra
e os homens sacrificados
pedissem perdão.
Não peça.
Carlos Drummond de Andrade, in: Brejo das Almas. Ed. Record
Fique torto no seu canto.
Não ame.
Ouço dizer que há tiroteio
ao alcance do nosso corpo.
E a revolução? o amor?
Não diga nada.
Tudo é possível, só eu impossível.
O mar transborda de peixes.
Há homens que andam no mar
como se andassem na rua.
Não conte.
Suponha que um anjo de fogo
varesse a face da terra
e os homens sacrificados
pedissem perdão.
Não peça.
Carlos Drummond de Andrade, in: Brejo das Almas. Ed. Record
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLindas são as poesias de Drummond.
ResponderExcluirestimo o Brejo das Almas...
ResponderExcluir"Carlos, não se mate.."
suave, denso, belo
Você sempre acerta, nunca vi!
ResponderExcluir"Não ame."