domingo, 5 de junho de 2011

Lazur

Fazia decalques de nuvem em beira d'agua. Bordando o que passa no que dilui. Se a barra da roupa branca deita nos vestígios de areia é por trazer a solidez das solidões das ruínas em pé-de-vento. Quantos restos a mantêm de pé?
Conta a idade do universo em fios de cabelos enquanto enumera o que possui: um corredor de águas vivas. Três sonhos com cavalos marinhos. Doze réstias de sol formigando no mar.

Um pedido-eco amarrado em fita vermelho-bonfim-urgente. Uma fé retorcida em figa. Uma alma ingiada de esperas.

O que ela não possui é esse sentimento pelicano no peito. Estende os braços para receber das ondas só o movimento dos ventos no subterrâneo das águas. Equiparar pulsar com pulsar. Na superfície dos olhos venta uma paz cor de desassossego. Tem areia do deserto assentada na íris desde quando. E um relógio de sol dilatado em suas pupilas, é quase certo que sua hora há de chegar. Por iluminâncias.

Cecília Braga

4 comentários:

  1. Obrigado pelo elogio/comentário Senhora Clandestina ( ou senhor :P)
    Engraçado que depois que você comentou qeu fui ler a sequencia, eu não costumo ler eles juntos (apenas alguns), vou escrevendo e postando e ficou bonito mesmo. :D
    Ótimo inicio de semana mocinha!

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  2. Nao tinha lido ainda a Cecília Braga escrevendo doce e suave assim, esse é de se ler rezando , alimento pra alma...lindissima escolha a tua menina.

    Bjo grande

    Erikah

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  3. Cecília Braga eu não conhecia, mas conheçendo um pouquinho agora já gostei.

    Comentário: Deixa a vida levar...


    bjs

    http://devaneiosfugazes.blogspot.com/

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  4. Ei, obrigada por tua visita, pela delicadeza. Fico feliz demais, sempre venho aqui, pisando mansinho, lendo teus gostos, aprimoro meus sentidos.

    Te abraço

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