quarta-feira, 20 de abril de 2011

ausente

A poesia dorme.
Nem pesadelo nem doce sonho.
Bateu um vento
bem no meio de um porquê.
Petrifiquei bem aí.
Não teve um fator paralisante.
Só um não ter para onde ir.

Ninguém me acalma
ou preocupa nesse instante.
Nem é o nada quem me abraça,
ele não faria tanto por mim.
É só um não sentir.
Guardei tudo o que não consigo lidar em caixas e estoquei.
Estou bem no meio de um grande armazém.
O motivo pediu conta e foi surfar no Havaí.
Ingredientes, lenha e fogão
está tudo aqui.
Só não há fome.

Roberta Silva

3 comentários:

  1. quando a gente foge e a poesia foge também.

    maravilhoso!

    beijos

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  2. Que haja fomeee...De tudo...Meu abraço.

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  3. No sono que não vem, os sonhos que não aparecem viram pesadelos da insônia, a vontade de fugir pra não sei onde, logo eu que odeio arrumações, pq me submetem á realidade de que gosto de tudo no lugar, e o grande desejo que tenho de estar perto do mar... com tantos desejos assim? Cadê minha fome também? Só posso mesmo sentar e observar.
    Carpediem!

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