quarta-feira, 16 de março de 2011

poema

Martha Barros
A poesia está guardada nas palavras – é tudo o que sei.
Meu fado é o de não saber quase tudo,
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não tenho conexões com a realidade
Poderoso para mim não é aquele que descobre o ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre as
Insignificâncias (do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado e chorei.
Sou fraco para elogios.

Manoel de Barros, in: Tratado Geral das Grandezas do Ínfimo. Ed. Record

10 comentários:

  1. ah, esse manoel é que nos enfraquece. tamanha simplicidade poética maravilhosa a dele!

    beijos

    ResponderExcluir
  2. Nossa, flor.. Eu estou tão pros lados desse Manoel esses dias. Sério, acho que já notei umas 10 frases dele essa semana na minha agenda, rs. Notei que você é de Salvador também. Que bom! Não sei porque, mas fico alegre quando isso acontece. Gostei bastante do seu cantinho. Voltarei mais vezes, viu? Bjão

    ResponderExcluir
  3. Ai que delícia ler Manoel de manhã.

    ResponderExcluir
  4. Aqui: meu refúgio para encontrar belezas perdidas, delicadezas infinitas e paz. Adoro!

    ResponderExcluir
  5. Sou alucinada por Manoel de Barros , nossa

    Muito divino!

    ResponderExcluir
  6. Quem tem certeza de alguma coisa neste mundo de loucos?! Não saber de quase nada é muito mais reconfortante.

    ResponderExcluir
  7. Ótimo post, viu?

    Descobrir nas insignificâncias o sentido da vida! Gosto desse movimento!

    Beijinhos

    ResponderExcluir