Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o meu! E como hoje busco com sofreguidão e aspereza o meu melhor modo de ser, o meu atalho, já que não ouso mais falar em caminho. Eu que tinha querido. O Caminho, com letra maiúscula, hoje me agarro ferozmente à procura de um modo de andar, de um passo certo. Mas o atalho com sombras refrescantes e reflexo de luz entre as árvores, o atalho onde eu seja finalmente eu, isso não encontrei. Mas sei de uma coisa: meu caminho não sou eu, é outro, é os outros. Quando eu puder sentir plenamente o outro, estarei salva e pensarei: eis o meu porto de chegada.
Clarice Lispector, in: A Descoberta do Mundo / Crônica de 20/07/196. Ed. Rocco
Clarice Lispector, in: A Descoberta do Mundo / Crônica de 20/07/196. Ed. Rocco
Observando os caminhos da Clarice, eu jamais chegarei a porto algum, porque eu jamais sentirei o outro plenamente.
ResponderExcluirBeijos!
É impressionante como Clarice fala profundo e atinge-nos de cheio.bjs
ResponderExcluirisso de sentir o outro plenamente é perigoso por demais, acho que a Clarice, inclusive, sabia.
ResponderExcluirO caminho sempre tem outros alguéns.
ResponderExcluir"quero apenas chegar a um ponto em minha vida que possa interromper o que estou fazendo, dar uma olhada ao meu redor, soltar um suspiro de alívio e pensar: agora estou onde quero está."
ResponderExcluir(onde terminam os arco-íris - cecilia ahern)
uma pergunta sem resposta: será que estou no caminho certo? como saber neh?!só o tempo que nunca chega irá mostrar...
adorei estar por aqui...
obg pela visita...
xerinho
Mari