sábado, 10 de julho de 2010

III

Brilho de uma Paixão
Áspero amor, violeta coroada de espinhos,
cipoal entre tantas paixões eriçado,
lança das dores, corola da cólera,
por que caminhos e como te dirigiste a minha alma?

Por que precipitaste teu fogo doloroso,
de repente, entre as folhas frias de meu caminho?
Quem te ensinou os passos que até mim te levaram?
Que flor, que pedra, que fumaça, mostraram minha morada?

O certo é que tremeu a noite pavorosa,
a aurora encheu todas as taças com seu vinho
e o sol estabeleceu sua presença celeste,

enquanto o cruel amor sem trégua me cercava,
até que lacerando-me com espadas e espinhos
abriu no coração um caminho queimante.

Pablo Neruda, in: Cem Sonetos de Amor. Tradução de Carlos Nejar. Ed. L&PM

4 comentários:

  1. AMO este filme!

    Até esqueci do texto quando vi a imagem, rs.

    P.S.: sério que gostou do vídeo? Hahaha. Fiquei meio sem graça, achei tosco...

    ResponderExcluir
  2. Oi...Menina-flor!!

    Saudades de ti...lá no pensamento e em nossos cafés literários no msn!

    Onde anda você??? Minha vez de pedir notícias!!!

    neruda aí...tocante, encantador, como sua alma!
    Um beijo!
    Mell

    ResponderExcluir
  3. Adoro tudo que o Neruda escreve!

    ResponderExcluir
  4. Oi....
    Enorme vontade de conversar...tomar aquele café,....e dividir momentos de infinita poesia....contigo!

    Passe lá no Pensamento...algumas idéias novas por lá!!
    Uma beijoca
    e um carinho sempre!
    Mell

    ResponderExcluir