terça-feira, 8 de junho de 2010

Soneto de entrega

Amar é entregar. Tudo te dou.
Não porque tu me pedes porque quero.
Pois te sei livre em mim portanto espero
em ti livre perder-me: aqui estou.
Quero o grito o encanto o mel o vôo
oceano e deserto reverbero
sob o toque das mãos tuas: bolero
só audível a mim quando em ti sou.
Mais que flor ofertada aberta ao falo
sou suor sou galope e contra-canto
o teu corpo no meu corpo abrilhanto
e em mil sóis saberei multiplicá-lo
:
gozo imenso eterniza a cavalgada
e enrubesce de inveja a madrugada.

Márcia Maia

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