
Quem quiser vir agora terá de ter paciência: estamos mais ariscos, a pele é fina demais, qualquer sopro pode abrir feridas no coração.
Fingimos dormir, muitas vezes; outras rimos para que o sentimento não retorne: aquele que nos deixou em êxtase e nos jogou no poço de onde foi duro voltar.
É verdade que guardamos na gaveta cristais transparentes e coloridos, que nos iluminam a cara sempre que espiamos: são as memórias, são os belos momentos, são as palavras que eram verdadeiras quando pronunciadas.
Mesmo assim, não custa dar um aviso, para que ninguém, chegando perto, se machuque por nossa causa: um dia voltamos, um dia conseguimos, um dia alguém nos desperta desse sono falso e dessa fingida distância que nosso olhar, mais vezes do que desejamos, acaba negando.
Lya Luft, in: Secreta Mirada. Ed. Mandarim
Estou muda.
ResponderExcluirDeixa eu ficar assim..?
Quero ler isso aqui quantas vezes mais eu quiser. É belo.
é um pouco difícil deixar as lembranças ruins aparecerem em nossa vida, em nossa mente. Ainda bem que temos a gaveta cheia de boas lembranças, o ruim é quando abrimos a gaveta errada.
ResponderExcluirApreco muito a literatura de Luft. Este texto é de silenciar, um impacto.
ResponderExcluirAbraços!
Priscila Cáliga
Vim até aqui...
ResponderExcluirpara te trazer gentilezas...
e beijos gentis...
Leca
puxa vida, dessas coincidências bonitas da vida eu ler isso nesses tempos. *-*
ResponderExcluirA Lya tem essa propriedade para falar de amor. Algo que não só disperta nossa sensibilidade, como nos cala, nos deixa sem qualquer reação, apenas calados, se refletimos? acho melhor dizer: ficamos no absurdo!
ResponderExcluirLindo texto!
Obrigado por colorir com palavras a minha vida!
Um carinho!
Mell