quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

14. Amor por amor

Insônia profunda
quando meus eus explodem
como heterônimos de Fernando Pessoa.
Agora encarno Vinicius
e seu excesso de amor.

Amor por amor.
No Rio de Janeiro,
eu me faço carioca
em estado de espírito.

Insônia insana,
quando meus egos exteriorizam
almas de todos os tipos.

Agora eu assumo Drummond
na minha individualidade solitária
e me faço de Itabira,
que até a tristeza me diverte,
e penso nos sonetos de Camões,
e nas chagas do amor.

No espasmo vem o marasmo,
um truque desconcertante,
e eu escureço na minha palidez,
e transpareço um oceano de lembranças,
mas a morte não clama por mim,
porque a vida me contempla,
em todos os seres me chama
como continuação,
e eu não deixo de existir.

Fabiana Borgia

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