[...] Ela viveu a radicalidade da fusão arte-vida no mesmo nível em que a viveram Hélio Oiticica, Torquato Neto, apenas foi mais discreta, mais "low profile", atuando na área de convivência humana difícil e acanhada que é a literatura, garota até certo ponto comum, aluna aplicada, professora responsável, loucura em fogo brando, mas persistente, escondida pelas lentes enganadoras de uma lucidez que de tão aguda dóia, nela e em quem dela se aproximasse. Louco giroscópio da lucidez. Te acalma, minha loucura!, assim diz o verso de Mário que ela utilizou num poema. Loucura, pássaro que alimentamos com carinho para suportar a melancolia e vencer o tédio infinito. Pão cotidiano. O problema é aprender a contorná-la, domesticá-la [...].
Italo Moriconi, in: Ana Cristina Cesar - O Sangue da Poeta. Ed. Relume Dumará
Italo Moriconi, in: Ana Cristina Cesar - O Sangue da Poeta. Ed. Relume Dumará
Sim, dói. Algo que faz parte de nós...
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