sexta-feira, 16 de março de 2012

Qualificação

Não venham com razões
e palavras estreitas.

O que sou sustenta
o que não sou.
Por mais grave a doença,
a dor já me curou.

E levo no bordão,
o campo, a cerca,
as passadas que vão,
o rosto que se acerca
na rudeza do chão.

O que sou
é dar socos
contra facas quotidianas.
E é pouco.

Carlos Nejar

5 comentários:

  1. Bom dia!
    Muito legal seu poema.Eu gosto desse também que traz as mesma angústias suas.

    LISBON REVISITED (Lisboa Revisitada) (Álvaro de Campos)

    Não: Não quero nada.
    Já disse que não quero nada.

    Não me venham com conclusões!
    A única conclusão é morrer.

    Não me tragam estéticas!
    Não me falem em moral!
    Tirem-me daqui a metafísica!
    Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
    Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) –
    Das ciências, das artes, da civilização moderna!



    Grande abraço
    se cuida

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  2. Na hora de socar a gente fere e sai ferido.

    Bejos maranhenses moça bonita.

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  3. Carlos Nejar é bom demais.
    Beijos.

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  4. Essa estrofe final é final mesmo. Poema bem fechadinho.

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  5. Que aconteça uma coisa bonita com você , também!

    Poesia destravada de elos e correntes em sua emoção! Boa demais, linda demais, saio daqui , suspirando!

    Feliz domingo!

    Bjosss da Lu...

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