sábado, 19 de maio de 2012

Poema descontínuo - II

Teu vestido branco,
bailando na chuva,
era suave pluma
para os meus sentidos.

Mas a lei e o trilho
levaram a dança
e um cigarro triste
me brotou dos dedos.

Agora sem crença,
procuro no ar,
no jardim inútil,
qualquer borboleta
que da chuva esconda
suas asas...

José Paulo Paes, in: O Aluno, 1947 / Poesia Completa. Ed. Companhia das Letras

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