terça-feira, 8 de maio de 2012

liquetude

Lilya Corneli
Faz frio nos olhos de Lúcia,
feito quando se coloca sal na língua da noite e daí chuvisca grosso como se nada mais houvesse no mundo:

(telha rachada

boca faminta

lençóis subterrâneos

estreito de Gibraltar sem navios que cheguem ou partam cheios e vazios de tudo)

e o céu se põe sedento de qualquer secura verão calor.
e em Lúcia brota a solidão da solidão.

Peixes em aquários redondos,
celas individuais.

Julya Vasconcelos

3 comentários:

  1. O claustro se manifesta de diversas formas, essa é a forma do claustro de Lúcia, um aquário individual como uma banheira para meditar, diferente. Um abraço e Feliz Dia das Mães no domingo próximo, Yayá.

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  2. gente.... não conheço metade dos autores que vc posta aqui.... me sinto, me sinto um tanto desculturizada

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  3. Monumento de sensualidade camuflada em palavras inebriantes... um pouco como este belo recanto!

    Beijos

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