Ecoam lentos certos cantos, não obstante a ânsia por ouvi-los. Devoram. Devem ser decantados. Em nome do que? Do tom, do som, do prazer. Eu sigo riscando o que digo. Demolindo frases, encurtando sentenças. Só assim têm reverberado. Tudo áspero, imediato. Mas o desejo é de enchente. Continuidades que não chegam. Contiguidades que eu ataco. E se eu escrevo "eu te infinito tortuosa", isso é uma travessia. Folhas que se consomem. Flores fósseis que despertam. "Azucrina o teu cabelo de égua". Ecoa, lento ecoa o canto. Demora maré que me sangra. Acontecendo na vida os meus sussurros. Pra me livrar do tormento, pela salvação, pelo fetiche. Jogo de azar. Mormente o pranto. Esgarço a teia do dizer movendo brisas enfurecidas.
Roberta Tostes Daniel
Roberta Tostes Daniel
Jornada sinuosa, mas plena de encantos ao dobrar de cada esquina.
ResponderExcluirE assim escrevemos a vida...cheios sentenças atropeladas, cheias de percalços...
ResponderExcluirBjs!
Teia do dizer, bonito.
ResponderExcluir"Ecoa, lento ecoa o canto. Demora maré que me sangra. Acontecendo na vida os meus sussurros. Pra me livrar do tormento, pela salvação, pelo fetiche." Lindo *.*
ResponderExcluir