quarta-feira, 20 de março de 2013

Camafeu

A Liberdade é Azul
"But Silence is Infinity.
Himself has not a face."
 
Emily Dickinson

O tempo é lento; são as horas
como um rio derramado
pela foz alheia do espaço,
de alguma seca convenção.

Tange os contornos da ausência,
quando o silêncio nos desata
sua epiderme, seu semblante
que nos percorre, arde e deixa

um rosto aceso - interminável.

Raul Macedo

4 comentários:

  1. O espaço do abraço que a alma precisa.
    Bjos

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  2. "Deus pede estrita conta de meu tempo,
    É forçoso do tempo já dar conta;
    Mas, como dar sem tempo tanta conta,
    Eu que gastei sem conta tanto tempo?

    Para ter minha conta feita a tempo
    Dado me foi bem tempo e não foi conta.
    Não quis sobrando tempo fazer conta,
    Quero hoje fazer conta e falta tempo.

    Oh! vós que tendes tempo sem ter conta
    Não gasteis esse tempo em passatempo:
    Cuidai enquanto é tempo em fazer conta.

    Mas, oh! se os que contam com seu tempo
    Fizessem desse tempo alguma conta,
    Não choravam como eu o não ter tempo".

    (Laurindo Rabelo)

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  3. Comentei este poema no blogue do próprio autor (http://raul-macedo.blogspot.com), uma das vozes que realmente me toca na nova poesia brasileira contemporânea.

    Bom vê-lo aqui.

    Bjo!
    Mar

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  4. que bonito!
    e a referência ao filme de kieślowski (um de meus preferidos!) foi uma beleza de acordo com o final do poema.

    um abraço, raul!

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