Ana desregulou o modo de funcionamento de minha alma, de minha relação com meu próprio discurso (minha arquitetura mínima e suficiente até então). Agora, o suficiente se tornou apenas o necessário, Ana. O amor não é um lugar - era essa a minha certeza eclesiástica desenhada por minha voz para mim mesmo. Você desregulou a fórmula: o amor é um lugar? O amor, agora, tem um corpo. Sei que estou idealizando, Ana, eu sei. Sei que tudo é pretexto, falando de mim, só de mim, sei que estou aceitando a possibilidade (e ainda usando você como pretexto) de que a fórmula anterior se torne o oposto, assim: o amor é um lugar, clave central da ficção que temos de ser se quisermos que a vida seja possível, pelo menos. Não, Ana, também não concordo com isso, o que pouco importa, porque, afinal, as coisas são tais e quais a nossa fragilidade permite dizê-las.
Wesley Peres, in: Casa entre Vértebras. Ed. Record
Esse tal de Amorque tanto nos desorienta... que gostoda desorientação: o amor! Adorei!
ResponderExcluirBjs!!!
Belíssimo!
ResponderExcluir'o amor, clave central da ficção que temos de ser se quisermos que a vida seja possível, pelo menos'...
ResponderExcluirconcordo plenamente. mas não sei se não tenho optado por uma vida não possível, nesse caso :'(...
que lindo esse fragmento.
mar
Estou de olho nesse livro tem um tempo; um impulso incontornável agora. Lindo, lindo.
ResponderExcluirE Ana, em Lavoura, também desregulou o modo de funcionamento da minha alma. E o filme faz jus. :)
ResponderExcluirPreciso conhecer esse livro.
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