
franz kafka, diário,
17 de dezembro de 1911
eis o e-mail que enviei há pouco a ad*, ex-aluna e amiga capixaba, que
confessou estar reescrevendo seus sonhos a fim de compor volume:
confessou estar reescrevendo seus sonhos a fim de compor volume:
(quarta-feira, 4 de maio de 2005, 17:03)
ad,* querida
fiquei encantado com a ideia de você estar transcrevendo seus sonhos, para transformar alguns deles em livro. seria bom se os reescrevesse efetivamente, sem medo de torná-los "literários". para mim, a literatura é que é o sonho (a quadratura do círculo). está é a única definição que tenho para a palavra, hoje tão em desuso - dizem até que vai ser banida das escolas. escrever literariamente é sonhar, de olhos bem abertos. textos literários, se há, são sonhos diurnos. alguém que transcreve e reescreve seus sonhos é de fato candidato a escritor, ou como prefiro a reescritor, pois está atravessando e copiando a senha da própria vida, que é sempre outra quando relida. se escolher alguns de "meus" sonhos, pode citar o nome da protagonista (mas haverá alguém mais senão você mesma?) sem problemas. confio em seu gosto. pode-se ser altamente confidente sem perder o segredo da coisa. em literatura, o segredo mal contado, disfarçado sob mil véus, é o que conta.
boa sorte nesse projeto maravilhoso. sorte mesmo é ter uma memória assim!
beijos, com toda a afeição
e*
Evando Nascimento, in: Retrato Desnatural / diário: 2004 a 2007. Ed. Record
boa sorte nesse projeto maravilhoso. sorte mesmo é ter uma memória assim!
beijos, com toda a afeição
e*
Evando Nascimento, in: Retrato Desnatural / diário: 2004 a 2007. Ed. Record
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