Perolo Orero
Tanto que fazer!
livros que não se leem, cartas que não se escrevem,
línguas que não se aprendem,
amor que não se dá,
tudo quanto se esquece.
Amigos entre adeuses,
crianças chorando na tempestade,
cidadãos assinando papeis, papeis, papeis...
até o fim do mundo assinando papeis.
E os pássaros detrás de grades de chuva,
e os mortos em redoma de cânfora.
(E uma canção tão bela!)
Tanto que fazer!
E fizemos apenas isto.
E nunca soubemos quem éramos
nem para quê.
Cecília Meireles, in: Inéditos, 1954 / Antologia Poética. Ed. Nova Fronteira
livros que não se leem, cartas que não se escrevem,
línguas que não se aprendem,
amor que não se dá,
tudo quanto se esquece.
Amigos entre adeuses,
crianças chorando na tempestade,
cidadãos assinando papeis, papeis, papeis...
até o fim do mundo assinando papeis.
E os pássaros detrás de grades de chuva,
e os mortos em redoma de cânfora.
(E uma canção tão bela!)
Tanto que fazer!
E fizemos apenas isto.
E nunca soubemos quem éramos
nem para quê.
Cecília Meireles, in: Inéditos, 1954 / Antologia Poética. Ed. Nova Fronteira
É sempre delicioso ler Cecília... Fantástica a tua escolha!
ResponderExcluirBjs.
É um dos meus preferidos dela... acho demais. Você é super!
ResponderExcluir(...)
Você tem uma bela coleção de coisas belas.
ResponderExcluiressa eterna sensação..
ResponderExcluirtanto por fazer,
e faremos sempre apenas isso.
nos dejas reflexionando.
ResponderExcluirMudou e é claro que vim atrás. Sempre.
ResponderExcluirEu queria que teu blog fosse uma biblioteca, perto da minha casa. Aí eu ia passear por lá durante alguma tarde ociosa e a gente tomaria um suco conversando sobre as coisas que já lemos e que são lindas.
Um beijo, moça.
Tantos planos que traçamos, só para não seguir a risca...
ResponderExcluirUm amor que não se dá.
ResponderExcluirUh, isso dói Cecília.