Lauren Bentley
outra cama
outra mulher
mais cortinas
outro banheiro
outra cozinha
outros olhos
outro cabelo
outros
pés e dedos.
todos à procura
a busca eterna.
você fica na cama
ela se veste para o trabalho
e você se pergunta o que aconteceu
à última
e à outra antes dela...
é tudo tão confortável -
esse fazer amor
esse dormir juntos
a suave delicadeza...
após ela partir você se levanta e usa
o banheiro dela,
é tudo tão intimidante e estranho.
você retorna para a cama e
dorme mais uma hora.
quando você vai embora é com tristeza
mas você a verá novamente
quer funcione, quer não.
você dirige até a praia e fica sentado
em seu carro. é quase meio-dia.
- outra cama, outras orelhas, outros
brincos, outras bocas, outros chinelos, outros
vestidos
cores, portas, números de telefone.
você foi, certa vez, suficientemente forte para viver sozinho.
para um homem beirando os sessenta você deveria ser mais
sensato.
você dá a partida no carro e engata a primeira,
pensando, vou telefonar para Janie logo que chegar,
não a vejo desde sexta-feira.
outra mulher
mais cortinas
outro banheiro
outra cozinha
outros olhos
outro cabelo
outros
pés e dedos.
todos à procura
a busca eterna.
você fica na cama
ela se veste para o trabalho
e você se pergunta o que aconteceu
à última
e à outra antes dela...
é tudo tão confortável -
esse fazer amor
esse dormir juntos
a suave delicadeza...
após ela partir você se levanta e usa
o banheiro dela,
é tudo tão intimidante e estranho.
você retorna para a cama e
dorme mais uma hora.
quando você vai embora é com tristeza
mas você a verá novamente
quer funcione, quer não.
você dirige até a praia e fica sentado
em seu carro. é quase meio-dia.
- outra cama, outras orelhas, outros
brincos, outras bocas, outros chinelos, outros
vestidos
cores, portas, números de telefone.
você foi, certa vez, suficientemente forte para viver sozinho.
para um homem beirando os sessenta você deveria ser mais
sensato.
você dá a partida no carro e engata a primeira,
pensando, vou telefonar para Janie logo que chegar,
não a vejo desde sexta-feira.
Charles Bukowski, in: O Amor é Um Cão dos Diabos. Tradução de Pedro Gonzaga. Ed. L&PM
isso me lembrou algo que eu escrevi dia desses para um senhor com seus oitenta e poucos anos, creio:
ResponderExcluirnão adianta não, Senhor, amor assim só uma vez. virão outros corpos, outras almas, cabelos longos, muitos, saias pro Senhor admirar as pernas, ou então vestidos... mas nunca as pernas de uma outra mulher, ou os cabelos, nunca o coração de uma outra mulher será residência tão afetuosa pro Senhor, quanto o daquela que contigo morreu de amar de amor.
belo poema,
ResponderExcluirfotografia lindíssima .
e o filme em minha pense passou... rs
*
estou muito 'elogiosa' hoje mas direi:
o Reino ilustra as coisas na mente da gente e ilustra tão bonito que eis aí o motivo do encanto (: