sexta-feira, 10 de junho de 2011

— Que é a saudade senão uma ironia do tempo e da fortuna? Veja lá...

Lilya Corneli
começo a ficar sentencioso. Trinta anos; mas em verdade, não os parecia. Lembra-se bem que era magra e alta; tinha os olhos como eu então dizia, que pareciam cortados da capa da última noite, mas apesar de noturnos, sem mistérios nem abismos. A voz era brandíssima, um tanto apaulistada, a boca larga, e os dentes, quando ela simplesmente falava, davam-lhe à boca um ar de riso. Ria também, e foram os risos dela, de parceria com os olhos, que me doeram muito durante certo tempo.

Machado de Assis, in: do conto A Desejada das Gentes

7 comentários:

  1. a beleza dói, a perfeição também dói,
    eu que o diga uma meia duzia de vezes nesta vida.

    Mas moça, que delícia!
    vou correndo procurar esse texto na íntegra.
    obrigada!

    Beijo

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  2. Tudo bem, é verdade que nem tudo passa, e é curioso que o ato de criar laços possa arrebentar o corpo e a alma da gente.


    lindo post.

    bjon

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  3. Machado é o meu escritor brasileiro preferido.
    adorei ler esse fragmento...

    abraço !

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  4. Seu blog é uma colagem do que há de melhor na literatura brasileira. Parabéns pela sofisticada e irrepreensível seleção. No mais gos taria de convidá-lo a visitar os blogs

    http://emaranhadorufiniano.blogspot.com

    http://gambiarraprofana.blogspot.com

    http://po-de-poesia.blogspot.com

    http://fcpataxo.blogspot.com

    Seus cometários serão muito bem vindos.

    Saudações.

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  5. Não aguentava mais o antigo layout(leitor assíduo fala o qu quer).. agora posso ler sem aquelas flores tapando e tirando minha concentração haha..

    beijos

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  6. machado de assis e esse esplendor das verdades dos dias.

    passar por aqui é sempre uma inspiração, acredite.

    grande abraço.

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