Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas.
Manoel de Barros, in: O Livro das Ignorãças. Ed. Record
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas.
Manoel de Barros, in: O Livro das Ignorãças. Ed. Record
Gosto tanto de passar por aqui e ler essas delícias que sempre nos deixam com gosto de "quero mais"!
ResponderExcluirAbraço, querida!
As vezes sinto como se estivesse sendo transcrita em palavras. Respirar fundo e seguir com os passos é só o que posso eu fazer por agora. rs
ResponderExcluirbacio
Ando completa de vazios tbm.
ResponderExcluirótimo Manuel de Barros..
ResponderExcluirque bom que a senhorinha gostou das palavras lá (:
até!
um beijo
Adoro Manoel de Barros! Ele é de uma doçura carregada de infinitos significados...
ResponderExcluirBeijo!
Lindo!!! simplesmente...
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