sábado, 28 de maio de 2011

"Deixe estar, – pensou ele um dia – fujo daqui e não volto mais."

do curta Uns Braços
Não foi; sentiu-se agarrado e acorrentado pelos braços de D. Severina. Nunca vira outros tão bonitos e frescos. A educação que tivera não lhe permitia encará-los logo abertamente, parece até que a princípio afastava os olhos, vexado. Encarou-os pouco a pouco, ao ver que eles não tinham outras mangas, e assim os foi descobrindo, mirando e amando. No fim de três semanas eram eles, moralmente falando, as suas tendas de repouso. Aguentava toda a trabalheira de fora, toda a melancolia da solidão e do silêncio, toda a grosseria do patrão, pela única paga de ver, três vezes por dia, o famoso par de braços.

Machado de Assis, in: do conto Uns Braços

5 comentários:

  1. Esse conto do Machado de Assis foi uma surpresa pra mim. Uma supresa bem bonita. Que bom encontrá-lo por aqui! :)

    Beijo!

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  2. Menina-flor, ando por aqui com enorme saudade de ti. Ler esses fragmentos que escolhes aqui deixam meu coração com enorme alegria!!


    Ando bem melhor e de visual novo, de novo.

    um carinho, viu!!??
    não te esqueço jamais...
    Mell

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  3. Ah Sr. Machado é ótimo!!

    Seu blog anda tão apetitoso..

    pena que ando lendo pouco.

    Mas adoro!

    Bom domingo!

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  4. Será que nunca vim aqui antes? O que tenho perdido!

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  5. Concordo com a Deise, tanto sobre Machado quanto sobre o blog:
    ótimos.


    beijo.

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