O amor é uma das doenças mais bravas e contagiosas. Qualquer um reconhece os doentes dessa doença. Fundas olheiras delatam que jamais dormimos, despertos noite após noite pelos abraços, ou pela ausência de abraços, e padecemos febres devastadoras e sentimos uma irresistível necessidade de dizer estupidez. O amor pode ser provocado deixando cair um punhadinho de pó de me ame, como por descuido, no café ou na sopa ou na bebida. Pode ser provocado, mas não pode impedir. Não o impede nem a água benta, nem o pó de hóstia; tampouco o dente de alho, que nesse caso não serve para nada. O amor e surdo frente ao Verbo divino e ao esconjuro das bruxas. Não há decreto de governo que possa com ele, nem poção capaz de evitá-lo, embora as vivandeiras apregoem, nos mercados, infalíveis beberagens com garantia e tudo.
Eduardo Galeano, in: O Livro dos Abraços. Tradução de Eric Nepomuceno. Ed. L&PM
Eduardo Galeano, in: O Livro dos Abraços. Tradução de Eric Nepomuceno. Ed. L&PM
Sem cura.
ResponderExcluirPandemia.
ResponderExcluiro amor sempre foi a causa de grandes tragédias, amor, não contente transforma-se em paixão, mas quem não se deixou nas redes desse mal a luz necessária?
ResponderExcluiro mal necessário.
ResponderExcluiragora, sim, está bem melhor a Srta. Felicidade Clandestina (erro gritante no comentário anteior, affe) de volta ao reino. e nada de ficar tristinha, visse!
um beijo, querida Fê!
,)
Queria ficar doente loooogo
ResponderExcluir=P
Sem cura... sem misericórdia... como um câncer que vai crescendo até matar a pessoa!
ResponderExcluirbjos querida
me deu um aperto aqui!
que 2011 "seja doce" pra ti!
Ei, esse livro está na minha lista! *-*
ResponderExcluirEu escolhi pelo título, e vejo que por dentro ele é ainda melhor! =)
Beijo