domingo, 26 de dezembro de 2010

Janelas

Em todas as janelas me debruço,
em todos os abismos
estendo uma corda
e caminho sobre o nada.
Também ando sobre as águas,
subo em nuvens,
galgo intermináveis escadas.
Abro todas as portas
e cavernas com um sopro
ou três palavras mágicas.
Mergulho em torvelinhos,
danço no meio do vento,
pulo dentro da tempestade.
Em cada encruzilhada me sento
e tento arrumar o destino,
estranho castelo de areia.

Roseana Murray, in: Recados do Corpo e da Alma

3 comentários:

  1. Não se conserta destino.

    Nem deve existir, esse tal destino.

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  2. O destino é coisa que qualquer coisa o faz desabar.
    Bem, oras...então não pe destino!

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