[...] Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias. Mas preparado estou para sair discretamente pela saída da porta dos fundos. Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. E agora só quereria ter o que eu tivesse sido e não fui.
Clarice Lispector, in: A Hora da Estrela. Ed. Rocco
Clarice Lispector, in: A Hora da Estrela. Ed. Rocco
Paixão e desespero é pleonasmo, rs.
ResponderExcluir