sexta-feira, 13 de agosto de 2010

III

Lilya Corneli
A minha Casa é guardiã do meu corpo
E protetora de todas minhas ardências.
E transmuta em palavra
Paixão e veemência

E minha boca se faz fonte de prata
Ainda que eu grite à Casa que só existo
Para sorver a água da tua boca.

A minha Casa, Dionísio, te lamenta
E manda que eu te pergunte assim de frente:
À uma mulher que canta ensolarada
E que é sonora, múltipla, argonauta

Por que recusas amor e permanência?

Hilda Hilst, in: Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão. Ed. Globo

Um comentário:

  1. A Hilda é uma das minhas grandes paixões!

    Beijos, menina linda!

    Smack!

    ;)

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