quinta-feira, 1 de abril de 2010

Ao acordar, ele urina, depois toma banho, e depois se penteia e bebe seu café. A cafeína circula o resto do dia em suas veias. Como ele é bonito (se digo que ele é bonito, é porque o amo, deve ser isso). Ele sorve o café até a última gota, tem um olho inchado. Todo dia é a mesma coisa. Como gostaria de fazê-lo desaparecer. Ele tem consciência disso. Ele é apenas um diamante sem interesse, seu brilho não pode mais me seduzir.

Mas não consigo lhe dizer "não", porque não temos mais nada na vida.

Mian Mian, in: Bombons Chineses. Ed. Geração

4 comentários:

  1. é o vício do comodismo que nos insiste em nos acorrentar o pé.

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  2. Chocante,

    texto ímpar!

    aja inspiração...

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  3. Costume, simplesmente.
    Ótimo teu blog.

    "Talvez bater a porta na cara não seja a única opção. Talvez..."
    www.mamae-dizia.blogspot.com

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  4. Como diz um trecho da canção:
    "Quando a rotina corrói duramente
    e as ambições são pequenas
    E o ressentimento voa alto,
    mas as emoções não crescerão
    E vamos mudando nossos caminhos
    pegando estradas diferentes"

    até

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