Alfred Gockel
Se a linguagem é uma caixa de ferramentascom a qual eu tento
traduzir
as linhas do seu rosto,
pego o martelo
e esmago os sentidos que ficaram por vir.
você achava que havia um problema
de interpretação
e que quando eu dizia te quero
você não sabia se eu te amava ou não.
é certo que não entendo a sua língua
e às vezes entendo apenas a sua língua,
nada mais,
e por isso apanho pregos e cola
para consertar nossos equívocos.
e por mais que seja possível determinar a sintaxe
das frases
não sei como as minhas coxas vão parar
insistentemente
em cima da sua perna.
você dizia que era uma questão de pragmática,
e não de semântica,
enquanto eu me punha a procurar os fósforos
que iluminam a nossa topografia, nossas viagens
sem bússolas
nossos percursos sem mapas
– somos sempre estrangeiros.
mas se a linguagem é mesmo uma caixa de ferramentas,
que formão é capaz de abrir-me o peito?
Izabela Leal
Ótimo texto, lindas palavras!
ResponderExcluirBjo
http://futilidadesqueamamos.blogspot.com/
Foda!
ResponderExcluirMuito boa essa mulher...
Parabéns,
estou de queixo caído,
bem diferente sua linha de escrita, autêntica,
posta mais coisas...
e que quando eu dizia te quero
ResponderExcluirvocê não sabia se eu te amava ou não.
Vivi isso a pouco tempo, como são confusas e apressadas as pessoas...
Que LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!
ResponderExcluirNossa, adorei..!
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