segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

As cartas de amor
deveriam ser fechadas
com a língua.
Beijadas antes de ser enviadas.
Sopradas, respiradas.
O esforço do pulmão
capturado pelo envelope,
a letra tremendo
como uma pálpebra.
Não a coisa isenta, neutra,
mas a espuma, a gentileza,
a gripe, o contágio.
Porque a saliva
acalma o machucado.

As cartas de amor
deveriam ser abertas
com os dentes.

Fabrício Carpinejar

2 comentários:

  1. INTESNDO!

    [...]a saliva
    acalma o machucado.
    O beijo quem o diga.

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  2. Menina, quanta coisa boa descobri e aprendi aqui. Sua casa é linda e acolhedora. Tenha certeza qe voltarei muitas vezes. Beijos de serpentina!

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